sábado, 25 de maio de 2013

Cair da escada


- Ai! Caí da escada....
- Nossa! Você arrebentou a cabeça!
- Pois é...
- Não deu tempo de se apoiar com as mãos?
- Não. Eu estava com as mãos nos bolsos...
- Peraí! Você, de cabelos brancos, não sabia que a gente não sobe nem desce escadas de mão no bolso?!
- Sabia...
- Sabia, né? E não adiantou nada!

Esse caiu da escada. O outro caiu em adultério. Com a vizinha. Magra e feia. Mas ela "provocou". Ele percebeu. Continuou olhando. Sabia que não se deve olhar comprido para a mulher do vizinho? Sabia! Pois é: sabia mas ... fez como se não soubesse...

E aquele? Foi à festa. Bebeu. Bebeu todas. Madrugada, pega o volante. Mulher e filhos vão juntos. Escuro, neblina, reflexos amortecidos. Quando acordou ... estava morto. Sabia que não se deve dirigir quando o tanque (não o do carro!) está cheio? Sabia! E adiantou saber? Claro que não...

O jovem sabia que não devia usar drogas. Ouviu dos pais, dos professores, leu em revistas, viu na TV quanto as drogas são devassadoras. Mas experimentou só maconha...Gostou e repetiu o uso. "Vou usar mais uma vez e paro quando quero". Caiu no vício, perdeu o emprego e a escola e prejudicou a família. Adiantou avisar?..

A adolescente engravidou com 16 anos. A jovem de 21 anos pegou Aids. Elas sabiam que se quisessem transar deveriam usar camisinha. Elas sabiam... mas não usaram. Moral da história? Vivemos uma permanente esquizofrenia. Uma ruptura entre conhecimento e ação. Inclusive você, que me lê! Você ainda tem idade e músculos para jogar bola no fim-de-semana? Não? Mas joga, né?

Os outros bichos são diferentes. Se você soltar um foguete, o cachorro sai de perto. Ele não é burro: é cão. Mas você vai a festas, bailes, formaturas (até a templos!), onde a música é altíssima, o volume amplificado acima de 100 decibéis. Você sabe que seus ouvidos estão sendo lesados? Saaabe! E por que não saio de perto? Porque eu não sou cão: sou burro! Os outros bichos, inclusive o burro (o legítimo!), obedecem a seus instintos, o que lhes garante segurança, proteção e sobrevida. Nós os racionais, abrimos mão dos instintos e jogamos no lixo a sabedoria dos avós. Azar o nosso! Modernos e sabidinhos, vivemos a estrepar-nos. Em depois, achamos graça no português...

Ah! Em tempo: em Lisboa, no cemitério municipal, lia-se em uma lápide: "Aqui jaz o Manuel, que acendeu um fósforo para ver se tinha gasolina.... e tinha".

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